quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Amós, a justiça social como parte da adoração (Série Profetas Menores na Escola Dominical)

O estudo do livro de Amós é um tema bastante propício para a Escola Dominical deste 28 de outubro, dia em que 50 cidades do Brasil estarão envolvidas com o 2º turno das eleições para prefeito. Digo que o tema é propício pois as eleições costumam trazer à tona questões relacionadas à justiça social, mesmo que em muitos casos apenas por força do discurso.
Amós nos permite conhecer um pouco a respeito do que a Bíblia diz sobre o assunto da justiça social e como as atitudes religiosas podem contribuir tanto para aplacá-la quanto para acentuá-la . O profeta, embora oriundo do Reino do Sul (Judá) é direcionado por Deus para profetizar no Reino do Norte (Israel),  que então passava por um período de estabilidade econômica, haja vista Israel não estar envolvido em guerras contra outras nações neste período. Assim, a ausência de guerras lançou foco para um grave problema da nação: a cruel diferença entre ricos e pobres, marcada pela opressão social. Eugene Peterson* resume o período desta forma: "Os ricos tornaram-se muito ricos, enquanto as pessoas comuns se tornaram escravos e trabalhadores explorados. Os ricos davam glórias a Deus, gastando sem limites nos santuários para agradecer a ele (e a seus outros deuses) por tê-los abençoado. Amós avisou-os de que Deus iria esfacelar o país por causa da injustiça social que promoviam"
Assim, o problema apontado por Amós não é apenas o da injustiça social, mas o da injustiça social justificada pela religião. Um dos maiores opositores do profeta Amós foi justamente um sacerdote, Amazias, que estava em acordo com o rei Jeroboão II. Em mensagem enviada ao rei no capítulo 7 Amazias fala sobre uma suposta rebelião liderada por Amós e sobre o que ele andava profetizando em Israel e conclui dizendo que "a nação não poderia suportar as suas palavras". Considero esta declaração sensacional! Foi o reconhecimento de que a mensagem de Amós, se chegasse aos ouvidos do povo, traria complicações para a realeza. Amazias então insinua que Amós era um profeta "profissional" e lhe aconselha que vá "trabalhar" em outro lugar. A resposta dele foi: "“Eu não sou profeta nem pertenço a nenhum grupo de profetas, apenas cuido do gado e faço colheita de figos silvestres. Mas o SENHOR me tirou do serviço junto ao rebanho e me disse: ‘Vá, profetize a Israel, o meu povo’". A atitude de Amós, identificando-se como um homem comum, não tirando vantagem do fato de ter sido escolhido por Deus para profetizar em um "missão internacional" (já que não era de Israel, mas sim de Judá), tem muito a nos ensinar. A nossa contribuição para a busca da justiça social passa pelo caminho da simplicidade cristã, como nos ensinou o próprio Cristo quando por aqui passou! O problema é que o sentimento de Amazias e Jeroboão, interessados em utilizar a religião para fortalecer a injustiça da nação, e é claro, garantir seu espaço às custas do sofrimento alheio, é cada vez mais forte! concorda comigo?

Abraço a todos e todas e uma boa aula na Escola Dominical! 


*Comentário de Eugene Petersen  na introdução ao livro de Amós na Bíblia "A Mensagem"(Ed. Vida) 


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2 comentários:

  1. A paz meu irmão e amigo!!! bom conteúdo.

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    1. Obrigado irmão Luiz! Que Deus continue te abençoando! Continue visitando o blog!

      Abraço.

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