terça-feira, 16 de julho de 2013

Um comentário sobre o encontro de cantores evangélicos com a presidenta Dilma Roussef

Ontem um grupo de cantores evangélicos, capitaneados pelo Ministro Marcelo Crivella foram recebidos pela presidenta em audiência. Segundo a assessoria de Dilma a audiência faz parte de uma série de ações promovidas com o objetivo de dar uma resposta às manifestações populares ocorridas no último mês. ´

No entanto, na audiência, tais "representantes dos evangélicos" não apresentaram qualquer tipo de pauta ou reivindicação. Tudo indica que o encontro serviu apenas para colocar tais personagens debaixo do holofote na mídia, com o objetivo de mostrar que os evangélicos são um grupo de peso e com uma grande fatia do público consumidor do país. 

Assim, me pergunto quais seriam os efeitos práticos desta audiência. Apenas dizer que os cantores oraram pela Dilma? Ora, todos sabem que a oração faz parte de um processo de intimidade entre o homem e Deus e que orar pelos governantes não é mais do que uma obrigação de todo cristão sério. 

Na realidade o que me preocupa é a aproximação com o poder, não no sentido de lhe apontar os erros e clamar por justiça, mas no sentido de mostrar-se como uma força política. 

Jesus nos ensinou a ser o sal da terra e luz do mundo. Ora, o sal não aparece mas é fundamental para a conservação do sabor. A luz sim aparece, mas com objetivo de dissipar as sombras. Penso que com atitudes sérias agimos como sal e quando defendemos o que é certo agimos como luz. Queira Deus que a Igreja Evangélica no país siga este caminho e não seja cooptada pelo poder político e pelo poder midiático. 

Cantoras evangélicas e Dilma (Foto: Roberto Stuckert) 

Um comentário:

  1. Concordo com você Maxwell. Existe um deslumbramento pelo poder, que faz a igreja (ou alguns dela) perder sua voz profética de denúncia e oposição ao mal. Parabéns pela reflexão!

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