Capa do jornal belga Le Soir. |
No entanto, um grupo que têm aumentado a cada novo Censo e que nem sempre é percebido de forma muito clara é daqueles que se denominam "sem religião". Note que aqui não estamos nos referindo necessariamente a ateus ou agnósticos, mas àqueles que optaram por não estarem sob a tutela de determina instituição religiosa. De acordo com o Censo 2010, este número já alcança 8% da população brasileira. Entre 2000 e 2010 os sem religião tiveram um crescimento de 2,8 milhões de pessoas, totalizando atualmente mais de 15 milhões (destes "apenas" 615 mil se declaram ateus e 124 mil agnósticos).
Ontem, dia 23 de julho, três jornais europeus publicaram matéria sobre o perfil do grupo dos "sem religião" no Brasil. A matéria foi feita pela repórter Chantal Rayes, correspondente de São Paulo do jornal francês Libération. A matéria faz parte da cobertura européia da presença do papa Francisco no Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Além do Liberátion, a matéria também foi reproduzida no Le Temps, da Suiça e Le Soir, da Bélgica.
Paul Freston (foto: divulgação) |
O professor Paulo Barrera destacou que o grupo dos sem religião não é meramente uma expressão das camadas mais ricas da sociedade, mas que se manifesta com intensidade nas regiões de periferia das grandes metrópoles, também entre pessoas com pouca escolaridade. Nestes espaços as igrejas pentecostais também aparecem com vigor. O professor destacou ainda que o fenômeno dos sem religião também está presente em outros países da América Latina, como Chile, Argentina e Uruguai.
O interesse de um jornal francês sobre o tema reflete um processo que é percebido com maior intensidade nos países europeus: a perca da centralidade das instituições religiosas na pós-modernidade. O livro da pesquisadora francesa Daniele Herviéu-Léger, O peregrino e o convertido (publicado no Brasil pela Paulinas) retrata esta questão e tornou-se referência para o estudo do tema.
Paulo Barrera (foto: Alex Fajardo) |
Qual será o motivo desse crescimento?Abandono das religiões? Descarte do ensino religiosos seja por meio educacional ou familiar? Frustração com líderes religiosos? Vejo um campo fértil nesse crescimento, ma também preocupante!
ResponderExcluirForte abraço