Qualquer cristão fica admirado com a quantidade de Bíblias que vemos atualmente no mercado: Bíblia Pentecostal, Bíblia da Mulher, do Homem, do Empresário, do Surfista, da Família, da Vovó, da Batalha Espiritual, das Promessas, etc... A lista cresce a cada novo lançamento de exemplares do Livro Sagrado preparados para um público específico.
Apesar de não apresentarem alterações no texto sagrado (na maioria dos casos), as diferentes Bíblias oferecem subsídios extras como comentários, interpretações do texto, gravuras, palavras
motivacionais, ou apenas um projeto gráfico diferenciado.
De qualquer forma, a produção de Bíblias, ultrapassou a dimensão específica da evangelização e adentrou nas regras do Mercado. Hoje, as grandes editoras visualizam na Bíblia um produto, e para tanto, precisam incrementá-la com novidades para que caia no gosto do público, para que, assim, não procure uma Bíblia concorrente. Isto é comum em um país onde as questões de ordem religiosa vez ou outra aparecem na pauta dos assuntos mais comentados do dia, e onde as Igrejas Pentecostais, em que estão os maiores consumidores de Bíblias, crescem a cada ano.
Minha pergunta pessoal: a multiplicação do número de Bíblias tem, de fato, aumentado a preocupação com a sua leitura entre os evangélicos? Minha impressão pessoal (e falo isto sem qualquer constatação científica) é que não temos uma preocupação com estudo bíblico proporcional ao número de Bíblias que
se multiplicam em variadas versões e estilos.
O Prof. Leonildo Silveira Campos, de quem fui aluno na pós-graduação, conhecido por seu trabalho sobre a Igreja Universal do reino de Deus no livro Teatro, templo e Mercado acaba de publicar um artigo acadêmico na Revista Rever, do programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da PUC-SP onde aborda as questões mercadológicas por trás da produção de Bíblias no Brasil. Como estudo de caso, ele trata da Sociedade Bíblica do Brasil.
O número da Revista é dedicado ao estudo do tema Marketing Religioso e apresenta uma série de outros artigos de excelente qualidade sobre o tema. Como exemplo, temos o artigo de Magali Cunha: " 'Casos de família' : um olhar sobre o contexto da disputa 'Igreja Universal do Reino de Deus x Igreja Mundial do Poder de Deus' nas mídias"
Os artigos podem ser acessados integralmente e gratuitamente no Portal da Revista Rever (aqui)
Abraço a todos e todas e boa leitura!
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