quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Diferentes aptidões, diferentes ministérios


Os ministérios não são apenas as atividades que desenvolvemos na igreja durante o culto. Penso que a palavra ministério também pode referir-se às nossas aptidões  quando usadas para o beneficio dos propósitos de Deus no mundo. Entendo como ministério  atividades extremamente especificas que apenas podem ser feitas, daquela forma,  por aquela pessoa em particular.
Pensar em ministério nestes termos, elimina qualquer possibilidade de competição no exercício das atividades eclesiásticas. É possível, por exemplo, que dois pastores que trabalhem com públicos semelhantes, embora tenham a mesma ordenação, o mesmo reconhecimento convencional, a mesma formação teológica e as mesmas possibilidades de atuação, tenham ministérios diferentes. Assim como cada ser humano é um universo em si mesmo, cada ministério pessoal configura-se em um entrelaçamento de vontades, emoções e experiências únicas que dão um toque singular ao nosso chamado no Reino de Deus.
Jesus teve doze discípulos. Todos tinham o mesmo "reconhecimento ministerial" do Mestre, no entanto, não podemos afirmar, por exemplo, que o ministério de Pedro fosse o mesmo de João. De Pedro nos recordamos constantemente de suas intervenções sempre empolgantes e de seu forte temperamento, tão importantes no momento em que ele se põe de pé no dia Pentecoste e sem qualquer receio explica, à luz das Escrituras, o que estava acontecendo. A ousadia e comprometimento de Pedro foram cruciais também quando prontamente se põe a falar sobre a cura do paralítico da porta Formosa do Templo, mesmo que isto o levasse às autoridades religiosas sob o rótulo de "baderneiro"
Mas o que falar de João? Sua afabilidade foi essencial ao explanar sobre o amor de Deus em sua primeira carta. Sua sensibilidade permitia-lhe repreender os gnósticos de seu tempo usando como argumentos a proximidade que tinha com o Mestre, quando diz que suas mãos tocaram na Palavra da Vida (I Jo 1.1)
Nossas características pessoais nos fazem seres únicos. Com isto acredito que qualquer tipo de trabalho que façamos para Deus terá um caráter único a depender de quem o realizará. Acredito assim que é possível servir a Deus com aquilo que fazemos de maneira simples no dia-a-dia. Lembro-me de Dorcas que servia a Deus costurando túnicas e outros tipos de roupas (At. 8), lembro-me de Febe que serviu a Deus com sua hospitalidade (Rm 16.1-2), ou de Onesíforo, lembrado simplesmente por não ter vergonha de um amigo preso (II Tm 1.16). Enfim, o ministério cristão pode assumir inúmeras formas, assim como o graça de Deus por nós, que é multiforme (I Pd 4.10)

2 comentários:

  1. Muitas pessoas acreditam que ministério é somente cantar e pregar, mas outros talentos podem e devem ser valorizados no meio evangélico.

    Abraço!

    ResponderExcluir
  2. Ministério é tão amplo quanto o horizonte que vemos e tão pessoal quanto às impressões digitais que possuímos!

    Forte abraço

    ResponderExcluir